terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A crise da Igreja atual é acima de tudo, uma crise da liturgia

Permitir a Missa Antiga em latim é apenas "um primeiro passo", segundo o Cardeal Kurt Koch (foto), membro da Cúria Romana. 
A época atual ainda não está madura para os próximos passos, disse Koch. Questões litúrgicas são ofuscadas pela ideologia, especialmente na Alemanha. Roma só será capaz dar novos passos quando os católicos se mostrarem mais dispostos a pensar sobre uma nova reforma litúrgica "para o bem da Igreja." 
O Cardeal falou em uma conferência sobre a teologia de Joseph Ratzinger, que também analisou o pontificado Ratzinger como Papa Bento XVI. Em julho de 2007 o Papa Bento XVI decretou que as Missas do Rito Tridentino segundo o Missal de 1962 podem novamente ser celebradas no mundo inteiro. O Missal de 1970, no entanto, é ainda a "forma normal" da Celebração Eucarística na Igreja Romana. 
Koch é o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Ele procurou refutar a acusação de que o Papa Bento XVI está indo contra o Concílio [Vaticano II] em assuntos litúrgicos: "o Papa sofre com esta acusação". Pelo contrário, a intenção do Santo Padre é implementar os ensinamentos conciliares sobre a liturgia que têm sido ignorados até agora. 
A prática litúrgica dos dias atuais nem sempre tem qualquer fundamento real no Concílio.  Por exemplo, celebrar versus populum [de frente para os fiéis] nunca foi ordenado pelo Conselho, diz o Cardeal. A renovação da forma de adoração divina é necessária para a renovação interior da Igreja: "Como a crise da Igreja atual é acima de tudo, uma crise da Liturgia, é necessário começar a renovação da Igreja de hoje com uma renovação da Liturgia
tradução, [comentários] e negrito Missa aos domingos
Essas declarações estão recolhidas na reportagem da Radio Vaticana sobre Congresso teológico realizado no último sábado, 28 de janeiro, na Alemanha (fonte: Rorate Caeli).

Temos que começar a renovação da Igreja de hoje com uma renovação da Liturgia. Alguma ideia sobre o que poderia ser renovado na sua paróquia? Procurei postar várias aqui no blog. Sugestões são bem-vindas!

6 comentários:

  1. 1) Acabar com o uso da bateria seria algo muito bem vindo. Troque-a por violino ou flauta e verá a diferença.
    2) Nas homilias um conteúdo mais teológico do que "sermãosista" também seria mais útil. Já esgotou a paciência com padre falando que Adão e Eva existiram, por exemplo.

    Marcelo Plácido, Suzano/SP

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  2. Para mim, a melhor "renovação" é esquecer as novidades e retomar o tradicional. Afinal, a Santa Missa não é encontro social, não é "balada": é a Celebração do Santo Sacrifício, e, como tal, não é ocasião para "invencionices".

    Concordo com o Marcelo Plácido, no sentido de que essa "contra-reforma" poderia começar pelo canto. Nas paróquias aqui de São Paulo o problema é menos a guitarra do que as músicas propriamente ditas. Acho insuportável o "Glória" e o "Santo" sendo "executados", literalmente, em ritmo de forró.

    O nosso povo precisa entender, de uma vez por todas, que a Santa Missa é ocasião para a contemplação e a elevação do espírito, para ouvir a voz de Deus, e não para fazer farra.

    Já do segundo item que o Marcelo colocou eu discordo completamente. O problema que vejo é mais de padres que não acreditam em milagres(!), procurando explicar os milagres de Jesus a partir de uma perspectiva naturalista. Ele não multiplicou os pães, foram as pessoas que dividiram o que tinham. Ele não andou sobre as águas, é que aquela parte do lago era razinha... Ora, se eu creio que Jesus é Deus, tenho que crer que Ele era capaz de fazer milagres, ou não??

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  3. Voz da Igreja, Concordo quanto a necessidade de padres que creiam em Milagres, olha e como estes estão em falta. Padres que transpiram fé...

    Quando digo que o discurso deve ser mais teológico é no sentido de dar uma explicação de Graça sobre o que nos diz o Evangelho, algo na linha que vc mesmo menciona, se creio que Jesus é filho de Deus, creio em seus milagres que a física ou a química não embasam.

    Agora, o que deve ser observado são as homilias que os padres esquecem-se de tudo isto e usam este tempo apenas para passar lição de moral. Tomo como exemplo nosso Santo Padre, o Papa Bento. Que textos cheios de ensinamento sob a luz do evangelho ele nos proporciona, sem a necessidade de questionar Jesus ou de ficar puxando a orelha dos fiéis como se estes fossem criança.

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    1. Esqueci de assinar:
      Marcelo Plácido Suzano/SP

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  4. A partir deste seu segundo comentário, não discordamos mais em nada, Marcelo Plácido. É realmente irritante esse costume adotado por tantos dos nossos clérigos, de tratar o povo presente à Missa como se fosse uma classe do pré-primário!

    Lamentavelmente, trata-se de um procedimento quase padrão do nosso clero católico: evitam abordar os temas fundamentais da fé de maneira mais aprofundada, mantendo-se sempre na superfície, ensinando somente o "be-a-bá", como se todos os católicos fossem incapazes de compreender qualquer ensinamento mais sólido. Talvez essa seja uma das razões porque tantos e tantos católicos acabam indo ouvir as pregações protestantes: a maioria dos pastores, do seu jeito torto, são mestres da oratória...

    Abraço fraterno.

    Henrique Sebastião

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  5. Senhoras e senhores.Um sermão superficial é como tomar água morna. Quem aguenta? Os púlpitos precisam do fogo do Espírito de Deus. Nossa alma é muito carente de Deus. O blá blá blá de padre ou pastor, não resolve; nossa alma precisa ser confrontada com a Santa Palavra de Deus. Nós precisamos nos converter. O Senhor disse que se não nos convertermos e não nos tornarmos como criança, de modo algum entraremos no Reino dos Céus (Mt18:3). Se examinarmos bem a Palavra poderemos notar que O Senhor Jesus não se interessou por liturgia. Aliás, a liturgia também pode esconder muita coisa inclusive a hipocrisia. Os ensinos de Jesus foram muito práticos e funcionais.

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