domingo, 29 de janeiro de 2012
Missa com classificação etária?
Alguns meses atrás, meu filho me confrontou na saída da igreja: "você fala prá eu não dizer, mas o padre falou 'saco' na Missa". Como as crianças pequenas têm dificuldade de entender contradições, tentei lhe dar uma explicação simples.
Calhou de que eu só voltasse hoje àquela igreja e o padre falou 'puta' no sermão. Felizmente meu filho não estava. Sua confiança nos ensinamentos paternos teria descido a um nível preocupante.
O sermão foi sobre a família cristã, com um conteúdo moral claro e prático e um enfoque vibrante e corajoso, mesmo nos tópicos em que alguns ficariam em cima do muro. Precisava ter sido "impróprio para menores"?
As pessoas, especialmente as mais simples e sábias, vêem na linguagem um reflexo do que se leva no coração. Tudo bem, não vamos avaliar o padre pelo vocabulário quando seu time toma um gol nos acréscimos da final do campeonato. Mas na Missa a conversa é outra.
Os fiéis vão, com razão, imaginar que o padre também usa esse tipo de linguajar com Deus e talvez não se sintam motivados a seguir o modelo. Ou vão considerar que a mesma finura será usada no aconselhamento espiritual e se sintam movidos a buscar outro mestre com quem se dirigir.
Antevejo os protestos: "que visão elitista, puritana e farisaica! O povo tem é que sentir que o padre é igual a eles, gente como a gente!". Aos indignados, peço duas ponderações.
Primeiro, não depreciemos o povo. Na missa de hoje, a assistência era de classe cultural e social alta. Vamos discriminar os de classe baixa oferecendo um vocabulário ordinário?
Segundo, não concordo com essa visão cínica sobre os anseios do povo. Parafraseando o finado Joãosinho Trinta: "povo gosta é de padre santo, asceta e piedoso, quem gosta de padre .......... (preencha a seu gosto) é intelectual".
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ABSURDO! É a única palavra que me ocorre ao ler esta postagem, além de profunda tristeza...
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