sábado, 14 de abril de 2012

Os sacerdotes heróis do Titanic

Pe. Montvila, Pe. Peruschitz e Pe. Byles
Agora que se completam 100 anos da tragédia, seguem trechos de uma matéria do Our Sunday Visitor:

Fiel até o último momento

O padre lituano Juozas Montvila, de 27 anos, embarcou em Southampton com um bilhete de segunda classe. Estava se transferindo para os Estados Unidos, onde tinha família, depois de sofrer nas mãos dos russos, que controlavam a Lituânia naquela época (...) e o proibiram de exercer o ministério sacerdotal. Nos Estados Unidos, esperava poder servir à crescente comunidade lituana.

Na noite fatídica, o Pe. Montvila estava no convés do barco quando os 20 botes salva-vidas (um número muito pequeno para os 2.200 passageiros) estavam sendo preenchidos. Um sobrevivente relatou que "o jovem sacerdote lituano Juozas Montvila foi fiel à sua vocação de serviço até o último momento." Ofereceram-lhe um lugar em um dos botes, mas ele se recusou a ir. Seu corpo nunca foi encontrado.

Rezando o Rosário

O padre beneditino alemão Joseph Benedikt Peruschitz, de 41 anos, também era um passageiro da segunda classe.

(...) estava sendo transferindo para a St. John's University em Collegeville, Minnesota. Passou a Semana Santa na Casa Beneditina de Santo Agostinho em Ramsgate, Inglaterra, antes de embarcar no Titanic no dia 10 de abril em Southampton (...)

O Pe. Peruschitz ficou entre os passageiros depois que o navio bateu no iceberg, dando a absolvição. Algumas pessoas no convés teriam zombado dele e dos outros sacerdotes. Mas os padres continuaram a rezar com os que pediram orações, não só com os católicos, mas com os de todos os credos.

Também lhe ofereceram um lugar em um bote salva-vidas, mas ele se recusou a abandonar os outros passageiros. Um sobrevivente recorda-se de tê-lo visto pouco antes do naufrágio, dirigindo o rezo do Rosário com um grupo de passageiros (...)

Ajudando passageiros

O Padre Thomas Roussel Davids Byles, de 42 anos, provinha de família aristocrática e era filho de um pastor batista. Quando estudava em Oxford tornou-se anglicano e pensava ser sacerdote . Converteu-se ao catolicismo em 1894 e foi ordenado sacerdote em 1902.

Estava a caminho de Brooklyn, NY, para celebrar o casamento de seu irmão, também como um passageiro da segunda classe.

No dia do acidente, Byles Padre celebrou duas Missas: uma para os passageiros de segunda classe e outra para os da terceira.

A maioria dos passageiros da terceira classe era composta de imigrantes, principalmente irlandeses. Outros eram da Europa continental. O Pe. Byles pregou sua homilia em inglês e francês e o Pe. Peruschitz prosseguiu  em alemão e húngaro. De acordo com uma reportagem da época, ambos pregaram sobre "a necessidade de se ter ao alcance da mão um bote salva-vidas, na forma de apoio religioso, para ocaso de um naufrágio espiritual".

Após a colisão com o iceberg, o Pe. Byles desceu para a terceira classe. Sobreviventes recordam que ele encaminhou passageiros para o local de acessos aos salva-vidas. Ele ouvia confissões e rezava com os mais ansiosos.

Segundo as reportagens da época, o Pe. Byles também se recusou a embarcar nos botes salva-vidas. Como no caso dos seus dois companheiros, seu corpo nunca foi encontrado.

Um comentário:

  1. Está aqui a prova de que exitem sim, padres santos em vida que nos auxiliam nos momentos de desespero da vida, graças ao bom Deus que nos manda anjos da salvação na última hora.

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