Flashmob no Seminário do Caraça, MG, no início do século passado |
Tempos atrás tive em mãos um livro sobre o Colégio (seminário) do Caraça que trazia a foto acima e outras semelhantes, como a de um jogo futebol em que os 22 atletas usavam batina. Mesmo em épocas pós-conciliares, testemunhei irmãos Lassalistas jogando futebol de batina com os alunos no recreio.
Os que defendem, corajosamente, o valor da Tradição Católica às vezes dão um tiro no próprio pé.
No domingo passado umas centenas de religiosos reunidos em frente a Notre Dame de Paris, organizaram uma flashmob:
Não acho que isso aporte coisa alguma para a evangelização dos povos ou para promover vocações religiosas, nem sequer que tenha sido uma boa ideia promover o evento, embora tenha que reconhecer que os participantes se divertiram e que eu (e provavelmente muito mais gente) também.
Mas indignar-se com o acontecido, como se fosse algo ofensivo ou tivesse ocorrido durante uma cerimônia litúrgica, parece-me que presta um desserviço aos que prezam a tradição. Para o cidadão comum, passam a imagem, não importa se verdadeira ou falsa, de gente mal-humorada e estraga prazeres, que provavelmente quando crianças passavam o recreio só jogando xadrez ou lendo a Ilíada em grego.
Vale lembrar C. S. Lewis no prefácio das Cartas do diabo ao seu sobrinho:
Podemos encontrar qualquer característica nos seres que pecaram por orgulho, mas não o humor. Satanás, disse Chesterton, caiu pela força da gravidade (*). Devemos imaginar o Inferno como uma situação em que todos estão eternamente preocupados com sua própria dignidade e status, onde todos têm uma queixa e onde todos vivem as terrivelmente sérias paixões da inveja, da auto-estima e do ressentimento.
.(*) duplo sentido: como força física e como seriedade
Nenhum comentário:
Postar um comentário