Embora eu considere importante que o ambiente litúrgico reflita, até certo ponto, a cultura da igreja local, acho igualmente importante que o espaço sagrado e o estilo do culto público da Igreja Católica sejam respeitados. Quando um elemento da cultura local pareça entrar em conflito com as expectativas do culto católico, o elemento cultural deve ceder.
Nem todo elemento de uma dada cultura é bom, muito menos digno de um santuário ou da liturgia. O fato de que algo seja típico não o torna necessariamente sagrado. Se fosse assim, os padres americanos iriam, com razão, querer permissão para usar chapéu de cowboy ou boné de baseball em vez de barrete, e seriam compostos cânticos litúrgicos com letra dos textos sagrados e música do "Hino do Corinthians" e do "Ai se eu te pego"(*). Não fazemos isso, no entanto, porque sabemos qual é o lugar para esses elementos em nossa cultura, e que o que é próprio para um evento esportivo ou para um rodeio pode não ser próprio para uso na liturgia do Rito Romano.
Quando pensamos em incorporar a cultura local na liturgia, deve haver determinados limites. Primeiro, abrindo mão de elementos culturais sem valor que aviltam a liturgia, ou até mesmo de elementos culturais significativos que alteram ou obscurecem o sentido da liturgia. Mesmo algo que é belo em si (como a dança indiana mostrado no vídeo) pode não encontrar na liturgia a melhor oportunidade para a sua expressão. O óleo e a água são bons e úteis, mas não tem sentido misturá-los.
O outro lado da moeda é que o católico ocidental não pode confundir "Católico" com "europeu" ou "ocidental" e se ofender com a influência "estrangeira" na arte cristã, na arquitetura eclesiástica, na música litúrgica ou nas expressões do culto. Se olharmos somente para o Ocidente, veremos que a legítima diversidade prolifera, como deveria. Mesmo nos restringindo apenas aos Estados Unidos vamos encontrar muitas expressões diferentes da legítima inculturação. Compare uma igreja no subúrbio de Massachussetts, por exemplo, com uma das capelas históricas das missões do Novo México e você verá uma semelhança apenas no essencial (ambas têm bancos, um corredor e um altar). As expressões artísticas, no entanto, refletindo duas culturas muito diferentes, serão totalmente contrastantes.
E um santuário ostentando coloridos e misteriosos retábulos pintados a mão, atrás de altares com talhas e imagens de santos com vistosas coroas e rebuscadas vestes, representa uma expressão perfeitamente aceitável do ambiente do culto católico, da mesma forma que uma igreja espartana e austera no subúrbio da Nova Inglaterra. Mesmo que ambos os estilos sejam com certeza católicos, eles não são equivalentes. Os santuários anti-sépticos da Nova Inglaterra não serão adequados para a piedade dos latinos e as igrejas com um estilo muito rebuscado de influência espanhola ou mexicana não favorecem os que tem ascendência européia. Há um sentido, portanto, em que a cultura da igreja local deve moldar o ambiente litúrgico. Isso se estende também para o culto, em termos da música e até mesmo de certos elementos da cerimônia.
(*) tradução, adaptação dos títulos musicais e negrito: Missa aos domingos
Se você leu até o final, grite comigo: Centristian para Bis... ops, estou pressupondo que é homem. Vamos mudar para: Centristian para chefe plenipotenciário dos liturgistas católicos!
Quando pensamos em incorporar a cultura local na liturgia, deve haver determinados limites. Primeiro, abrindo mão de elementos culturais sem valor que aviltam a liturgia, ou até mesmo de elementos culturais significativos que alteram ou obscurecem o sentido da liturgia. Mesmo algo que é belo em si (como a dança indiana mostrado no vídeo) pode não encontrar na liturgia a melhor oportunidade para a sua expressão. O óleo e a água são bons e úteis, mas não tem sentido misturá-los.
O outro lado da moeda é que o católico ocidental não pode confundir "Católico" com "europeu" ou "ocidental" e se ofender com a influência "estrangeira" na arte cristã, na arquitetura eclesiástica, na música litúrgica ou nas expressões do culto. Se olharmos somente para o Ocidente, veremos que a legítima diversidade prolifera, como deveria. Mesmo nos restringindo apenas aos Estados Unidos vamos encontrar muitas expressões diferentes da legítima inculturação. Compare uma igreja no subúrbio de Massachussetts, por exemplo, com uma das capelas históricas das missões do Novo México e você verá uma semelhança apenas no essencial (ambas têm bancos, um corredor e um altar). As expressões artísticas, no entanto, refletindo duas culturas muito diferentes, serão totalmente contrastantes.
E um santuário ostentando coloridos e misteriosos retábulos pintados a mão, atrás de altares com talhas e imagens de santos com vistosas coroas e rebuscadas vestes, representa uma expressão perfeitamente aceitável do ambiente do culto católico, da mesma forma que uma igreja espartana e austera no subúrbio da Nova Inglaterra. Mesmo que ambos os estilos sejam com certeza católicos, eles não são equivalentes. Os santuários anti-sépticos da Nova Inglaterra não serão adequados para a piedade dos latinos e as igrejas com um estilo muito rebuscado de influência espanhola ou mexicana não favorecem os que tem ascendência européia. Há um sentido, portanto, em que a cultura da igreja local deve moldar o ambiente litúrgico. Isso se estende também para o culto, em termos da música e até mesmo de certos elementos da cerimônia.
(*) tradução, adaptação dos títulos musicais e negrito: Missa aos domingos
Se você leu até o final, grite comigo: Centristian para Bis... ops, estou pressupondo que é homem. Vamos mudar para: Centristian para chefe plenipotenciário dos liturgistas católicos!
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