sábado, 17 de março de 2012

Salve São Patrício, o Apóstolo da Irlanda

Vitral da Catedral de Armagh, Irlanda do Norte
Hoje se comemora na Irlanda o dia de São Patrício, que viveu no século V. Segue trecho do artigo de Dom Mark Kirby:

Monges e virgens de Cristo

São Patrício, consciente de sua própria fraqueza, se abismou com o poder da graça de Cristo. "Como foi possível na Irlanda que aqueles que nunca tiveram conhecimento de Deus e até agora só adoraram ídolos e coisas impuras, tenham se tornado um povo do Senhor e sejam chamados de filhos de Deus, de forma que os filhos e as filhas dos reis da Irlanda parecem ser monges e virgens de Cristo?" (...)

O Missionário Nascido do Mosteiro

O cristianismo irlandês foi, desde o início, monástico no temperamento e na organização. Mal a Igreja se estabeleceu e os mosteiros começaram a brotar. As gerações sucessivas viram um crescimento espetacular: surgiram mosteiros com mais de três mil monges, escolas, universidades monásticas de todo tipo (...) Monges irlandeses se espalharam pela França. Alemanha, Bélgica e Itália os acolheram. (...) Esforços para a recristianização da Europa podem buscar inspiração nos ideais dos missionários irlandeses da assim chamada Idade das Trevas. O modelo irlandês é bom: o missionário nasce do mosteiro. A oração, a ascese e o estudo se concretizam na implantação do Evangelho e na renovação das igrejas.

A Paixão da Igreja na Irlanda

A fé recebida por meio de São Patrício foi, a seu tempo, duramente testada. O século XVIII assistiu à promulgação de leis repressivas punindo os católicos: foram proibidos de votar, de comprar terras ou alugá-las por mais de trinta e um anos, era ilegal ensinar a religião Católica para crianças ou adultos, os padres foram proibidos de ficar na Irlanda ou de vir do exterior, era ilegal abrigar ou ajudar os sacerdotes católicos. Somente em 1829 é que o Parlamento britânico aprovou um decreto de Emancipação Católica, permitindo que a igreja saísse da clandestinidade. Mas outra provação veio em seguida: a Grande Fome que custou mais de um milhão de vidas. Quem podia, fugia da fome; onda após onda de emigrantes irlandeses pobres encontraram um lar na América, levando com eles o seu maior bem: a fé Católica. Dos horrores da Grande Fome, Deus fez sair um grande bem: se não fosse pelo êxodo dos irlandeses na época da fome, haveria bem poucos Católicos de língua inglesa no mundo atual.

Novas leis repressivas?

Estranhamente, parece haver entre alguns na Irlanda de hoje uma ideologia secularista militantemente empenhada na repressão da fé Católica na vida pública. Será que vamos ver uma nova promulgação de leis repressivas, não impostas por um opressor anti-católico vindo de fora, mas por irlandeses sobre irlandeses? Ou será que vamos ver um grande despertar católico, e uma bandeira mobilização ao redor da Santíssima Eucaristia, da Mãe de Deus e do Papa?

Transmitir a Fé

As palavras de Moisés aos filhos de Israel tornaram-se palavras de São Patrício dirigida a nós: "Guarda-te, pois, a ti mesmo: cuida de nunca esquecer o que viste com os teus olhos, e toma cuidado para que isso não saia jamais de teu coração, enquanto viveres; e ensina-o aos teus filhos, e aos filhos de teus filhos" (Dt 4:9). A transmissão da fé é hoje mais urgente do que nunca. São Patrício e aqueles que seguiram seus passos nos ensinam que a melhor forma de manter a fé é transmitindo-a. 

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